Acima das nuvens o sol continua a brilhar
Revisitando a felicidade
Foi lançado recentemente o livro Felicidade — Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz. Nele, aprendemos a visão budista sobre “felicidade absoluta”, pois a cadência dos temas ao longo dos capítulos formam um todo que se completa e apresenta uma visão revolucionária do que é felicidade. Vamos analisar a “felicidade absoluta” por meio de um resumo de cada um dos seis capítulos:
Capítulo 1 do livro Felicidade
A primeira frase do presidente Ikeda no livro é “Como viver minha vida? Como viver da melhor forma possível?” (p. 15). Na última página ele retoma a questão: “De que necessitamos para viver uma vida verdadeiramente feliz e genuína?” (p. 171).
Felicidade está intimamente vinculada com a resposta a estas questões sobre a forma correta de se viver. Do começo ao fim da obra, o autor apresenta a análise budista que, garante ele, proporciona a “felicidade absoluta”, a condição na qual estar vivo é, por si só, um júbilo sem fim. Estar vivo é “extrema alegria, infinita sabedoria e compaixão” (p. 16) mesmo diante das turbulências da vida. Sim, há momentos tensos, mas eles tornam-se temperos da felicidade: “Há tristezas e sofrimentos. Em todos os dias podem ocorrer situações irritantes e desagradáveis” (p. 16). A prática budista é “o ‘motor’ que nos habilita sobreviver durante toda a vida” (p. 16).
“A prática budista é a força propulsora que perfura as nuvens do sofrimento como um foguete que sobe alto e cada vez mais alto, sem limites, e voa serenamente pelos céus da felicidade” (p. 16)
Capítulo 2
No primeiro capítulo, o presidente Ikeda responde o que é a “felicidade absoluta” e neste ele analisa quais princípios budistas estão envolvidos na transformação do destino por meio dessa felicidade absoluta.
“O mecanismo prático que permite [uma vida de felicidade absoluta] é a grande Lei dos ‘três mil mundos num único momento da vida’ que nos capacita a transformar o local em que estamos agora na Terra da Luz Tranquila” (p. 33).
Ele também explica sobre os dez mundos, o Gohonzon e vários outros princípios que, no todo, representam a maneira como a vida se transforma quando a pessoa se dedica a praticar e propagar o budismo.
“No momento em que abraçamos a fé no Gohonzon e recitamos
Nam-myoho-renge-kyo, a totalidade do nosso ser se torna a entidade dos ‘três mil mundos num único momento da vida’ e manifestamos a condição de vida do buda Nichiren Daishonin” (p. 48)
Capítulo 3
Depois de definir e explicar os mecanismos de transformação da vida, neste capítulo é a vez do autor declarar que há uma prática acessível que permite a qualquer pessoa ser absolutamente feliz.
Recitar com entusiasmo e altruísmo o gongyo e o daimoku é a fórmula mais eficaz de ser feliz.
O presidente Ikeda explica detalhes do gongyo, além de citar várias fontes sobre a importância de se praticar todos os dias num ritmo saudável, sincronizado com a vida.
“Ao recitar Nam-myoho-renge-kyo, transformamos o sofrimento em alegria, e a alegria num grande júbilo. Por isso, o importante é recitar Nam-myoho-renge-kyo nos momentos de alegria e nos de tristeza, nas horas boas e nas más, haja o que houver. Este é o caminho direto para a felicidade” (p. 65)
Capítulo 4
Depois de nos explicar com clareza sobre o que vem a ser o gongyo, o daimoku, a quantidade ideal de recitá-los e todos os detalhes para uma prática assídua e autônoma, o presidente Ikeda apresenta o imenso potencial transformador do budismo.
Na página 91, ele afirma: “Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo, todos os nossos problemas e sofrimentos se transformam em energia para nossa felicidade, em combustível que nos permitem continuar avançando em nossa vida”.
Ele também esclarece que todos os aspectos da vida são transformados por meio da prática na SGI: “Quanto mais problemas e sofrimentos, mais alegrias e felicidade conquistamos por meio da prática budista” (p. 92). Essas afirmações são embasadas nos princípios budistas milenares, tais como “transformar veneno em remédio”, “desejos mundanos são iluminação”, “o inverno nunca falha em se tornar primavera” e “verdadeira causa”.
“A cada dificuldade que superamos, acumulamos mais boa sorte e elevamos nosso estado de vida. E, ao atingirmos o estado de buda nesta existência, alçamos voo pelo vasto céu da vida na condição de suprema felicidade e realização por toda a eternidade” (p. 110)
Capítulo 5
Não há egoísmo no budismo. No quinto capítulo do livro Felicidade, o Mestre explica que “felicidade absoluta” é a energia que abarca a vida de todas as pessoas à nossa volta. Ser feliz de verdade é também garantir a felicidade das demais pessoas.
“Felicidade individual não é aquela felicidade egoísta; ao contrário, significa cultivar a verdadeira humanidade — a pessoa se desenvolvendo como alguém que possui sabedoria e compaixão e ajuda as outras a fazer o mesmo. O Sutra do Lótus — o Nam-myoho-renge-kyo — tem o poder de tornar realidade a felicidade individual e a prosperidade social” (p. 116), afirma.
Ele descreve o quanto as atividades da SGI beneficiam a nós mesmos e o ambiente social e natural; é uma prática expansiva cujo coração de cada membro gera ondas de alegria. Ele amplia um a resposta à pergunta inicial: a forma correta de se viver é se dedicar à felicidade de si atuando pela felicidade dos demais tendo como exemplo a conduta do bodisatva da terra.
“O propósito da nossa existência é conquistar a felicidade individual e fazer com que os outros também façam o mesmo. Devemos trilhar um caminho que empodere todos a serem vitoriosos na vida” (p. 122)
Capítulo 6 Este é o mais instigante de toda a obra. Em dezesseis tópicos, o presidente Ikeda explica que só existe “felicidade absoluta” quando se compreende corretamente a morte. A prática budista visa produzir energia vital com abundância suficiente para a pessoa vencer o medo da morte e compreender a eternidade da vida. A felicidade experimentada por um membro da SGI é tão grande que abarca o passado e o futuro por inteiro; rompe os limitados “nascimento, envelhecimento, doença e morte” e faz nascer um otimismo ilimitado que dá a certeza absoluta de que, por existências e mais existências futuras, tudo sempre dará certo, sempre estará perto das pessoas que ama e sempre lutará pelo kosen-rufu com o mestre. Eternidade da vida Ele também afirma que paciência e persistência são cruciais para polir o caráter e incorporar os valores da SGI. É um erro priorizar status, fama, cargos porque estes são totalmente irrelevantes quando o assunto é eternidade da vida e felicidade absoluta: “Se atingirmos o estado de buda nesta existência, esse estado permeará para sempre a nossa vida. Existência após existência, desfrutaremos de uma vida afortunada, com saúde, riqueza, inteligência, circunstâncias favoráveis e boa sorte. Esse estado de vida é eterno; jamais será destruído” (p. 133). “Felicidade absoluta” é alegria de viver e, também, alegria ao enfrentar a morte. É uma felicidade imutável, mesmo diante do mais impressionante dos fenômenos: a morte. “A morte deveria ser reconhecida, junto com a vida, como uma dádiva a ser apreciada” (p. 146) — de posse da poderosa energia vital da prática da fé, conhecemos “uma alegria profunda e permanente tanto na morte como em vida. Nichiren Daishonin descreve a consecução desse estado como a ‘maior de todas as alegrias’” (Ibidem). Ele encerra o capítulo e o livro orientando que a forma correta de viver é priorizar a cada instante o tesouro do coração. Os outros tesouros (do cofre e do corpo) “não são subsídios para proporcionar a felicidade verdadeira” (p. 171). O tesouro do coração é a própria felicidade absoluta: esse tesouro é eterno, nunca acaba; nós o acumulamos realizando gongyo, daimoku, shakubuku com o sincero desejo de ter energia vital para se dedicar à felicidade das pessoas hoje, amanhã, por todo o sempre.“Apesar de não visível aos olhos, há uma órbita ou trajetória na vida. Existe, sem dúvida, uma trajetória que leva à felicidade absoluta — essa é a estrada da Lei Mística. Se continuarmos seguindo por esse caminho sem abandonar a prática budista, viremos sem falta a experimentar o sabor da completa realização material e espiritual”
Felicidade absoluta é fazer cada dia valer mil anos
Capítulo 6 / Parte 14 LIVRO FELICIDADE
Transformando os sofrimentos de nascimento e morte
Por Daisaku Ikeda
Segundo um conto budista, sete anciões brâmanes vieram de longe para visitar Shakyamuni. Apesar da longa viagem para aprender os ensinamentos budistas, gastaram o tempo na pousada onde estavam hospedados, entretidos em conversas banais, rindo e se divertindo. Shakyamuni foi até eles e lhes disse:
— Todas as pessoas desejam cinco coisas: 1) juventude; 2) postura ereta; 3) grande força; 4) riqueza; e 5) nobre família. Quanto a vocês, sete cavalheiros, ao conversarem em voz baixa ou rirem sonoramente em conversas fúteis, o que desejam?
Shakyamuni prosseguiu, então, expondo-lhes que a vida é inconstante e fugaz, marcada pelos “quatro sofrimentos” nascimento, envelhecimento, doença e morte. Ao ouvi-lo, os sete brâmanes perceberam pela primeira vez o que deveriam estar fazendo e começaram a se esforçar seriamente na prática.
— Vocês desejam o quê? O que sustenta a vida de vocês? – indagou Shakyamuni.
Daishonin descreve sobre os três tesouros da vida: “tesouros do cofre, do corpo e do coração” (WND, v. I, p. 851). Todos os cinco fatores dos quais os seres dependem na história correspondem aos tesouros do cofre ou aos tesouros do corpo. Riqueza obviamente diz respeito aos tesouros do cofre. Juventude, beleza e talento com status social correspondem aos tesouros do corpo. Todos esses aspectos possuem seu valor na vida e, nesse sentido, talvez seja natural que os busquemos. Mas a questão é se eles são tesouros genuínos na vida, capazes de prover sustento eterno.
Permitam-me citar exemplos concretos. Algumas pessoas são feridas ou mortas por causa de sua riqueza. Aqueles que são atraentes fisicamente podem ser alvos de inveja ou ser explorados pelos outros. Fama e poder podem levar as pessoas a se tornarem arrogantes e arruinar a vida delas, e há muitos com alta posição social que, para a sua própria desgraça, se deixam seduzir pela natureza diabólica do poder. Nenhum desses tesouros perdura para sempre.
Desse modo, os tesouros do cofre e os tesouros do corpo não são subsídios para proporcionar a felicidade verdadeira. Por si só, não nos habilitam uma existência de genuína realização. Do que necessitamos para uma vida verdadeiramente feliz e genuína? Daishonin nos garante: “O tesouro do coração é o mais valioso de todos” (WND, v. I, p. 851).
O tesouro do coração refere-se à fé na Lei Mística. Fé corresponde ao tesouro eterno e ao sustento da vida humana. Abarca benefícios imensuráveis e boa sorte ilimitada. Seu poder é tão vasto como o universo e transforma todo o nosso ambiente e nosso mundo. É a fonte de inesgotável alegria e imensa sabedoria e compaixão, permitindo-nos empregar os tesouros do cofre e do corpo para atingirmos a felicidade eterna. Cada um de vocês já possui esse sustentáculo de vida. Tudo o que precisam fazer é extrair esse poder ilimitado.
A vida é breve. A juventude passa num lampejo, sendo facilmente desperdiçada com indecisão, queixas, críticas aos outros ou sendo derrotada pela própria indolência. Todo dia é precioso.
Espero que vocês, em sua juventude, de maneira gratificante, conduzam uma vida com força no mundo real e, ao mesmo tempo, contemplem o vasto universo, ponderem sobre a eternidade e façam cada dia valer mil anos, mil aeon.1
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