domingo, 29 de janeiro de 2017

Parábola do excelente médico e seus filhos enfermos

Parábola do excelente médico e seus filhos enfermos


Havia um médico muito habilidoso que sabia como preparar remédios para curar eficazmente todos os tipos de doenças. Ele tinha muitos filhos, talvez dez, vinte ou até mesmo cem.
Um dia ele viajou a uma terra distante para tratar de determinado assunto. Em sua ausência, seus filhos beberam veneno por engano, o que os fez enlouquecer e se contorcer de dor. Quando o pai retornou para casa, percebeu que eles tinham tomado veneno. Alguns haviam perdido totalmente a razão. Ao notarem que o pai retornara de tão longe, felizes, os filhos o abraçam.
– Que bom que está aqui a salvo. Fomos estúpidos ao tomar veneno por engano. Suplicamos que nos cure! – implorou um
dos filhos.
O pai começou a preparar vários remédios. Colheu excelentes ervas medicinais que reúnem todas as qualidades de cor, fragrância e sabor. Ele então as moeu, peneirou e misturou. Ofereceu uma dose para os filhos e lhes disse:
– Este é um remédio altamente benéfico que reúne todas as qualidades de cor, fragrância e sabor. Tomem-no e irão se sentir rapidamente aliviados de seus sofrimentos e livres de todos os males.
As crianças que ainda estavam com a mente sã, compreendendo que se tratava de um remédio excelente, tomaram‑no. Pelo fato de o beberem rapidamente, conseguiram se curar por completo da enfermidade. As que haviam perdido a razão recusaram‑se a tomar o remédio. O veneno tinha penetrado profundamente e a mente delas já não raciocinava. Embora o remédio tivesse excelente cor e fragrância, elas não perceberam o bem que ele podia lhes fazer.
O pai pensou: “Meus pobres filhos! O veneno ingerido afetou a mente deles por completo. Apesar de estarem felizes por me ver e de me pedirem que os cure, recusam‑se a tomar
este excelente remédio. Agora terei de
recorrer a algum meio para que eles tomem o remédio. Devem tomá-lo sem se preocupar
se fará efeito”.
Partiu e então, algum tempo depois, enviou um mensageiro à sua casa dizendo a seus filhos que infelizmente ele havia falecido.
Os filhos, tomados pela dor, pensaram: “Se nosso pai ainda estivesse vivo, teria compaixão de nós e faria algo para nos ajudar. Porém, ele morreu e agora estamos órfãos, desprotegidos
e não temos ninguém em quem confiar!”.
Sentido essa profunda angústia, por fim recobraram a razão e compreenderam que
o remédio de fato tem excelente cor,
fragrância e sabor. As crianças tomaram o remédio, sendo portanto curadas de todos os efeitos do veneno.
O pai, ao saber da cura dos filhos, regressa imediatamente para casa.
Conclusão
A parábola do excelente médico e seus
filhos enfermos é uma dentre as sete descritas no Sutra do Lótus1 e mostra a preocupação
do bom médico (o Buda) em transmitir o
valor do remédio (ensinamento budista)
aos filhos (pessoas comuns) mesmo após
seu falecimento.
O mensageiro desempenha papel fundamental, pois se não fosse por ele os filhos doentes não teriam sido salvos. Nichiren Daishonin disse: "O 'Mensageiro', em nossa época, refere-se aos bodisatvas da terra que aparecerão no começo dos Últimos Dias da Lei".2 Ele representa os emissários do Buda, ou seja, aqueles que propagam os ensinamentos budistas cheios de esperança em uma época conturbada. Nós somos os bodisatvas da terra que propagam o budismo, principalmente para aquelas que se encontram em meio a grandes sofrimentos.

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