Unicidade de Mestre e Discípulo
Um caminho saudável e vitorioso
Um caminho saudável e vitorioso
Os filósofos gregos Sócrates e Platão formam a base do pensamento ocidental e toda a força deles nasceu da atitude justa de Sócrates de não ceder ao autoritarismo e morrer por suas crenças, e da coragem do discípulo Platão de viver até o fim para provar a verdade dos ideais do seu mestre. Inspirados na história dos dois sábios, vamos conhecer mais o princípio universal da unicidade de mestre e discípulo
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Platão (428 a.C-348 a.C) foi um filósofo e matemático grego, autor de diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. |
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Sócrates (469 a.C-399 a.C) foi filósofo grego, é referência central na filosofia do Ocidente. O princípio de sua filosofia estava na frase “Conhece-te a ti mesmo”. |
O mais belo e rico laço entre seres humanos
Sócrates e Platão, um eterno exemplo de união pela justiça
A principal corrente de pensamento da civilização ocidental se originou com dois homens: Sócrates e Platão.
A força de ambos estava no apoio mútuo com base na relação de mestre e discípulo.
Num discurso aos jovens, o presidente da SGI disse: “Hoje, gostaria de discutir o relacionamento do filósofo com o povo e do mestre com o discípulo com base no exemplo de Sócrates e Platão” (Guia de Orientações Líder, v. 26, p. 44, jul.ago. 1989).
Sócrates nasceu 469 anos antes de Cristo em Atenas, na Grécia, uma região que floresceu como centro da civilização clássica grega considerada a capital da razão e da democracia. A sabedoria desse pensador era amplamente difundida e, “mesmo hoje, Sócrates é elogiado como um professor da humanidade”(Ibidem).
Mas, ao longo da sua vida, ele foi motivo de chacotas e alvo de muitas perseguições. Esse bom e sábio homem foi condenado e executado pelo Estado aos 70 anos de idade. “Um verdadeiro patriota, Sócrates amou e se devotou a sua Atenas natal. Ele era a pessoa de sabedoria e senso de justiça mais distinta que existia” (Ibidem). Por ocasião de sua morte, seu fiel discípulo Platão estava com 28 anos e a perda de seu mestre mudou por completo a vida do jovem e os rumos do pensamento filosófico do mundo.
Por que os justos são perseguidos?
“Por que então Sócrates foi injustamente caluniado e difamado?” — pergunta o presidente Ikeda.
O sábio que tanto amava e se esforçava para lapidar a vida dos moços e das moças de Atenas foi sentenciado exatamente do contrário: “Ele era acusado de corromper a juventude da cidade e rejeitar os deuses de Atenas” (Ibidem). Seu principal acusador era um homem chamado Meleteus, ligado à políticos proeminentes. A boataria e as mentiras sobre Sócrates infelizmente foram se espalhando e adotadas com verdade, embora todos que tomassem contato com o grande sábio reconheciam nele o oposto das acusações. “Um dos meios que os demagogos da época de Sócrates gostavam de utilizar era a fabricação de escândalos” (Ibidem, p. 49).
Ele ainda tinha a opção de apelar e admitir a culpa para escapar da execução, mas se negou porque jamais trairia suas convicções.
Sócrates morreu. O mais justo daqueles homens foi injustamente sentenciado a tomar o veneno mortal cicuta. “Em essência, Sócrates declarou que uma pessoa deveria pôr sua alma acima de qualquer outra coisa, considerando-a o mais importante tesouro. Sócrates tinha algo em comum com Nichiren Daishonin, que declara: ‘A fé sozinha é o que realmente importa’” (Ibidem, p. 56).
A conduta e as convicções dele foram totalmente assimiladas pelo seu discípulo Platão, que tremeu em fúria diante da injusta morte do seu mestre. A relação de mestre e discípulo é a força motriz da justiça, o ponto de partida de qualquer mudança profunda pessoal ou social. Por isso é um tema fundamental no budismo.
A base da vitória está na unicidade de mestre e discípulo
O ideal de Sócrates continuou vivo em seu amado discípulo. “Sócrates confiava que Platão incorporaria seu espírito e prosseguiria em seus passos. Um mestre que possui um discípulo a quem pode depositar total confiança é muito afortunado” (Ibidem, p. 67).
Platão viveu ao lado do seu mestre por nove anos e a morte dele o abalou tão profundamente que caiu doente de tão entristecido. Mas ele logo se levantou com um espírito vigoroso e iniciou a batalha do discípulo: “Platão jurou jamais perdoar o mal que levara seu mestre à morte e jurou estabelecer a justiça e a verdade de seu mestre aos olhos de todas as pessoas” (Ibidem, p. 68).
Dali em diante, por mais de cinquenta anos, até a sua morte aos 80, Platão lutou sinceramente para alcançar esses objetivos. O propósito da sua existência estava em provar a verdade da vida de seu mestre. Ele jurou mudar a política por meio do treinamento de jovens que fizessem contraponto ao poder corrompido da época. “Nos seus últimos dias, sempre que falava sobre a morte de seu mestre, Platão se enchia de indignação e seu corpo tremia. Por cinquenta anos, ele continuou ardendo de ódio contra o mal. Este rancor exarcerbado o capacitou a conduzir sua vida de forma esplêndida, como um artista que trabalha por anos a fio e produz uma obra prima monumental” (Ibidem, p. 69-70).
A força que transforma a realidade nasce quando o propósito do mestre está vivo no coração e nas atitudes do discípulo.
“Fui para o presidente Toda o que Platão foi para Sócrates”
Platão iniciou sua batalha e atacou a raiz do problema de Atenas: investiu todas as suas forças para “construir uma república na qual a filosofia, ou, literalmente, o amor pela sabedoria, guiaria as autoridades políticas” (Ibidem, p. 71).
Ele se esforçou em três áreas: letras, educação e política. Sua força era descomunal e nada o parava. O presidente Ikeda afirma: “Em retrospecto, eu também tenho me esforçado nessas três áreas” (Ibidem). A vida do presidente da SGI está firmemente enraizada no solo da unicidade com seu mestre Josei Toda. Ele vem trabalhando desde a juventude para cumprir o juramento do Sr. Toda de eliminar a miséria da face da Terra.
Daisaku Ikeda herdou a fé, os planos e os desejos de Josei Toda. Sua fúria contra a injustiça e contra o mal o impulsionou a construir a maior organização pacifista do mundo, a SGI: “Tenho empreendido todos esses esforços movido pelo desejo de concretizar a visão de Toda sensei sobre o futuro, baseado em suas ideias e concepções” (Ibidem, p. 72).
Um discípulo que vive pelos ideais de um bom mestre manifesta a força de milhares de pessoas, rompe a concha do ego e vive a mais digna existência.
Vida dedicada à
nobres ideais
“Depois da morte de Sócrates, um novo Sócrates nasceu na pessoa de Platão. Fui para o presidente Toda o que Platão foi para Sócrates, portanto, posso entender muito bem a relação entre esses dois filósofos gregos” (Ibidem, p. 73), afirma o líder da SGI.
Num mundo em constante mudança, a unicidade de mestre e discípulo é a base mais sólida para uma vida correta e dedicada à nobres ideais. Somente nesse caminho “a luz das ideias expostas por uma grande alma é transmitida sem interrupção e fica eternizada. Esse modo de vida é parte da herança cultural da humanidade” (Ibidem, p. 74).
Uma vida rica, saudável e plenamente feliz
Nós, membros da SGI, somos herdeiros legítimos dos ideais, dos sonhos e da vida do presidente Ikeda. É por isso que todo associado da SGI é forte e vitorioso.
Ao se empenhar para tornar realidade o sonho da paz mundial do líder da SGI, o discípulo multiplica sua força e vive a mais significativa existência. Cada tarefa se torna uma batalha para vencer a si e, ainda, encorajar as pessoas ao redor.
Dedicar-se ao mestre é ter o mesmo propósito que ele, assim como aprendemos com os dois filósofos gregos. Sócrates venceu porque sua vida foi eternizada pelo esforço do discípulo; Platão venceu e mudou a história da humanidade para sempre porque sua vida estava inteiramente inspirada no mestre.
A unicidade de mestre e discípulo é o caminho mais saudável de vida. Não é um relacionamento unilateral de mestre no alto e discípulo embaixo nem um tipo feudalista e opressivo de relacionamento.
É uma relação enriquecedora e eterna. Quem se dedica a essa forma de vida tem força para superar qualquer dificuldade.
Mestre e discípulo trilham a estrada da esperança
A imutável relação entre mestre e discípulo
O presidente Makiguchi foi afortunado por ter tido o Sr. Toda como discípulo a quem confiou o seu desejo. E o presidente Josei Toda se sentiu seguro e confiante por saber que todos os esforços que iniciara seriam levados a pleno êxito por mim. A todo momento eu tenho me empenhado ao máximo para compreender o espírito do presidente Josei Toda e concretizar suas intenções.
Platão foi discípulo de Sócrates1 por aproximadamente uma década, desde os 20 anos. Ele passou a maior parte da juventude ao lado do seu mestre.
Daquela época em diante, por mais de 50 anos, até a sua morte, aos 80, Platão lutou sinceramente para alcançar significativos objetivos.
Grandes feitos
Com esperança no coração, Platão se esforçou em três importantes áreas: Ele se devotou às LETRAS. No sentido de transmitir a verdade de seu mestre às gerações futuras, continuou a escrever prolificamente até a sua morte. Todos os trabalhos que deixou foram dedicados a Sócrates.
A segunda área era a EDUCAÇÃO. Platão fundou uma academia e se empenhou para criar inúmeras pessoas capazes.
A terceira era a POLÍTICA. Ele perseguiu firmemente a possibilidade de concretizar um governo regido por um rei filósofo dentro da sociedade.
Ao longo de sua existência, ele depositou vigor e energia nessas três áreas, tendo a morte de Sócrates como ponto de partida.
Em retrospecto, eu também tenho me esforçado nessas três áreas.
No âmbito das LETRAS, venho publicando muitas obras, que hoje [em 1988] estão sendo compiladas com o título Ikeda Daisaku Zenshu2 [Coletânea de Obras Completas de Daisaku Ikeda]. Também ajudei a criar e desenvolver o Seikyo Shimbun, o jornal da Soka Gakkai.
No campo da EDUCAÇÃO, institui o sistema Soka de ensino, pelo qual muitos jovens capazes estão se desenvolvendo e irão contribuir enormemente para a sociedade.
Por fim, na área da POLÍTICA, fundei o Komeito, Partido de Governo Limpo, cuja influência alterou consideravelmente o mapa da política japonesa. Tenho empreendido todos esses esforços movido pelo desejo de concretizar a visão do presidente Josei Toda sobre o futuro, baseado em suas ideias e concepções.
Base para a verdadeira
relação de mestre e
discípulo
Oro para que, em prol da justiça do Japão e do mundo, vocês, jovens, façam de tudo ao seu alcance para realizar este meu ideal. Em síntese, podemos dizer que a relação entre Sócrates e Platão foi baseada em completa concordância e crença.
Mas as pessoas do povo somente compreenderam a grandiosidade de Sócrates dentro dos limites dos seus sistemas de referências. Quando as ações de Sócrates ultrapassavam o que consideravam como comportamento normal, ousavam até mesmo criticá-lo.
Em contraste, Platão acreditava e aceitava Sócrates sinceramente, sem qualquer restrição. Esta é a base para uma verdadeira relação entre mestre e discípulo. A semente do espírito de Sócrates se tornou profundamente enraizada no solo da vida de Platão a tempo de reproduzir um suprimento inesgotável de frutos.
Transcende a vida e a morte
Depois da morte de Sócrates, um novo Sócrates nasceu na pessoa de Platão. Fui para o presidente Josei Toda o que Platão foi para Sócrates, portanto, posso entender muito bem a relação entre esses dois filósofos gregos.
Certa vez disse: “Não há nada que eu possa chamar de meu, tudo o que sou nasceu da semente do espírito do presidente Josei Toda plantada no solo da minha vida”. Platão é a emanação de Sócrates e os dois são inseparáveis. Sem Sócrates não haveria Platão e foi através de Platão que Sócrates pôde se tornar num eterno tesouro da humanidade. O caminho de mestre e discípulo transcende a morte.
Único caminho
Neste mundo de constantes mudanças e oscilações, este é o único caminho por onde a luz das ideias expostas por uma grande alma podem ser transmitidas sem interrupção e ficam eternizadas. Este modo de vida é parte da herança cultural da humanidade.
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