MEDITAÇÃO
O pensamento constante e o esforço diário de um budista são voltados para a felicidade das pessoas e melhoria do mundo. Conheça a expressão do Sutra do Lótus que conclui o gongyo recitado todos os dias pelos membros da SGI:“Mai ji sa ze nen. I ga ryo shu jo. Toku nyu mu jo do. Soku jo ju bus-shin” [Medito constantemente: como conduzir as pessoas ao caminho supremo e fazer com que adquiram
rapidamente o corpo de um buda?]”
Mai ji sa ze nen - Pensamento constante de conduzir todos à felicidade
Sempre se dedicando à iluminação de todos
Meditação não consiste apenas em contemplar algo passivamente.
Não existe buda egoísta que pensa só em si. Um buda está sempre firmemente determinado a trabalhar pela felicidade das pessoas. Na Nova Revolução Humana consta:
“Shin-ichi Yamamoto falou sobre o termo Mai ji sa ze nen, do capítulo ‘Extensão da Vida’ do Sutra de Lótus:
— Se explicarmos em uma frase o significado de Mai ji sa ze nen, podemos dizer que é ‘a determinação que está sempre no âmago do coração’. O Mai ji sa ze nen do Buda é a iluminação de todos. Um buda anseia e medita constantemente em como tornar feliz cada uma das pessoas. O importante é o que estamos pensando, desejando e para que oramos — o que está no âmago da nossa determinação. A verdadeira condição de vida se evidencia nesse ponto. Nós, discípulos do infinito passado do buda Nichiren Daishonin, devemos instituir como missão pessoal o grande desejo do buda [daigan], que é o kosen-rufu. Isso significa ter como determinação pessoal a felicidade de cada pessoa. Todos os dias, vamos retornar ao ponto primordial da nossa decisão eterna e vamos nos tornar pessoas que anseiam pelo kosen-rufu, oram e agem em prol dele. Eu decidi que ‘todo dia é dia de Ano-Novo’. Portanto, minha decisão é me empenhar com o máximo de minhas forças neste ano com renovado entusiasmo em prol dos meus companheiros da Lei e pela paz do mundo!” (BS, ed. 2.179, 11 maio 2013, p. A8).
Qual o seu desejo mais sincero e profundo?
Uma pessoa ambiciosa deseja ardentemente dinheiro ou um cargo; ela foca a mente com máxima intensidade em descobrir meios de atingir o objetivo mesmo que seja passando por cima de outras pessoas. Já um ótimo professor passa o dia tentando achar a melhor forma de educar seus amados alunos. Uma mãe devotada dedica todo seu ser em dar amor, alegria e conforto ao filho.
O tempo todo estamos nos devotando a algo, concentrando nossa mente para alcançar aquilo que mais queremos.
No budismo, aprendemos qual é o foco da mente do Buda. Na SGI, os periódicos, os escritos, as teses, os livros, todos existem para explicar com riqueza de detalhes e da maneira mais simples e aplicável o “pensamento constante” do Buda.
Pensamento constante
Um budista faz um juramento: “Concentrarei meus pensamentos e dedicarei meus dias à minha felicidade e à felicidade de todos à minha volta”.
É um juramento porque é sólido e imutável. Faça chuva ou faça sol, um membro da SGI está constantemente usando os benefícios e as dificuldades que passa como incentivo para os outros.
A “meditação” de um budista na SGI não está relacionada apenas com o bem-estar pessoal, muito menos é uma busca desenfreda para melhorar apenas a si mesmo ou conquistar algo só para se autoproteger.
Consiste num pensamento firme e focado na transformação de si e de todos — a revolução humana. É um estado mental com grande energia vital interior produzida pela recitação do Nam-myoho-renge-kyo que se expande naturalmente em espiral contagiando o próprio corpo, a família, o ambiente de trabalho e o mundo. É um modo de viver dinâmico que constantemente cria valor e felicidade.
Encorajar pessoas é o desejo primordial da vida
O trecho mai ji sa ze nen revela a determinação constante do Buda, seu grande desejo que remete aos primórdios da vida.
O presidente Ikeda afirma: “O Buda anseia por uma única coisa: ajudar as pessoas a atingir a felicidade suprema. Esse é o pensamento constante de um mestre do kosen-rufu. Com clareza cristalina em seus pensamentos e em seu propósito, o Buda mostra o caminho que todos precisam seguir para alcançar essa felicidade. Ele diz: ‘Avancem nesta direção’. Essa é uma passagem comovente, uma conclusão apropriada para esse poema épico pela salvação da humanidade” (PHJ, p. 320).
Por que se preocupar com a felicidade alheia é a prática mais importante do budismo? Esse é o próprio desejo original da vida. Quem põe sua mente e sua vida a serviço do encorajamento das pessoas, expande a vida ilimitadamente, está sempre satisfeito e em sintonia com o universo.
Vamos melhorar o mundo
Nichiren Daishonin afirma que o mai ji sa ze nen “é o único pensamento, ou ichinen, que os budas e todos os outros seres possuem originalmente” (GZ, p. 1368).
O presidente Ikeda complementa: “‘Quero ser feliz e quero que todos os demais também sejam’. Esse é o pensamento original, o puro desejo que opera nas profundezas da vida desde o tempo sem início. Os que vivem totalmente embasados nesse espírito são budas. Portanto, o desejo universal do buda é chamado de ‘grande juramento’”.
Shakyamuni e Nichiren Daishonin viveram até o último suspiro com base nesse grande juramento — o ardente desejo de conduzir as pessoas à felicidade. A essência do caráter dos três mestres da Soka Gakkai também é o “pensamento constante”, dia e noite, em como conduzir as pessoas do planeta à felicidade.
O mai ji sa ze nen deles não é apenas contemplação pessoal, mas o mais correto modo de vida que está sempre acompanhado de ações focadas e coerentes com o “grande desejo” do Buda. Portanto, meditar é transformar a si e tudo ao redor, usar toda a força mental para revitalizar o ambiente e melhorar o mundo.
Quatro diretrizes para uma vida saudável
Diálogo do presidente Ikeda com integrantes do Departamento de Profissionais da Saúde de Kansai e do Grupo de Enfermagem da DFJ. Na ocasião, ele sugeriu quatro diretrizes para conduzir uma vida saudável. Ele comenta: “Eram simples ideias que compartilhei com eles, baseadas na perspectiva budista e na fé. Entretanto, os médicos e as enfermeiras com quem conversei aceitaram meus conselhos, apontando-os como sensatos também do ponto de vista da medicina”
1 - Recitar diariamente um revigorante gongyo e daimoku
Quando nosso gongyo e daimoku são lentos e sem entusiasmo, nós nos sentimos fisicamente lentos também. Provavelmente, muitos de vocês podem identificar isso.
A boa sorte e os benefícios que extraímos ao orarmos vigorosamente são imensuráveis. Nosso corpo, coração e mente começam a exibir seu ilimitado potencial latente.
2 - Ter um estilo de vida equilibrado e produtivo
Dormir o suficiente é outra base importante para a boa saúde. Não ter um sono adequado é como deixar o motor de um carro constantemente ligado. Acabará apresentando falhas ou enguiçando.
O Sr. Toda costumava dizer que o sono que temos antes da meia-noite é duas vezes mais profundo que aquele após esse horário. Assim, deveríamos ir para a cama o mais cedo possível. Isso parece ter respaldo na medicina.
Estar preso ao ciclo nocivo de ficar acordado até tarde, mesmo que seja por rotina ou força do hábito, dormir demais e despertar sem se sentir revigorado significam, definitivamente, não pôr a fé em prática de maneira correta na vida diária.
3 - Contribuir para a felicidade de outras pessoas
A atividade física é, logicamente, um fator crucial para melhorar a saúde. Em particular, os esforços ao contribuir para a propagação do budismo, a felicidade das pessoas e o bem da sociedade são uma inimaginável fonte de revitalização interior e energia para viver com ânimo.
Em contraste, se paramos de agir pelos outros, considerando tais esforços um aborrecimento e nos fechamos em uma concha de vantagens pessoais e frio individualismo, nosso corpo e nossa mente começarão a estagnar e, em virtude disso, nos tornaremos mais suscetíveis a doenças.
Vocês, por outro lado, estão empenhando nobres esforços dia e noite para contribuir com o bem-estar das pessoas — propagando os ensinamentos do Budismo Nichiren, encorajando nossos companheiros e se esforçando para o desenvolvimento da comunidade.
Quando contribuímos para a felicidade dos demais, compartilhando a luz da esperança com os que nos rodeiam, uma nova esperança ilumina nossa própria vida e a faz brilhar de benefícios e boa sorte.
4 - Alimentar-se com sabedoria
Comer em demasia pode levar à obesidade. O grande mestre Tiantai da China listou o ato de comer ou beber de forma imprópria como uma causa da doença (cf. CEND, v. I, p. 659). Como corrigir hábitos alimentares desequilibrados? Como, efetivamente, controlar o desejo de comer mais do que necessitamos? É exatamente aí que precisamos aplicar a sabedoria e o bom senso.
De acordo com a medicina, é desejável parar de ingerir alimentos três horas antes de ir se deitar. Mas, se estiverem realmente com fome e acharem que é impossível não comer nada, prefiram vegetais ou qualquer outro alimento de baixa caloria.
Espero que desfrutem excelente saúde física e mental e vivam de forma maravilhosa, adornando esta nobre existência com vitória e felicidade, ao mesmo tempo em que se empenham com vibrante fé e alegre companheirismo.
Oração, ação e os benefícios
Presidente Ikeda: Em um de seus escritos, Nichiren Daishonin descreve o episódio da doença do rei Rinda. Quando o rei ouvia o “relinchar de um cavalo branco”, sua saúde era revigorada e “sua força física e capacidade de percepção de sua mente aumentavam centenas, milhares de vezes” (The Writings of Nichiren Daishonin [WND], v. I, p. 986). Dessa forma, ele foi capaz de assumir a liderança novamente e trabalhar por muitos anos pelo bem de seu povo. O “relinchar de um cavalo branco” é uma alusão à voz que recita Nam-myoho-renge-kyo. O gongyo e o daimoku que recitamos diariamente, de manhã e à noite, são uma prática excelente para manter e melhorar nossa saúde, por nos possibilitar entrar em harmonia com o ritmo do universo e aumentar nossa energia vital.
Dr. Shosaku Narumi: Podemos dizer que o daimoku é uma prática benéfica também do ponto de vista médico. A emissão da voz em postura ereta estimula as funções cardiorrespiratórias.
Presidente Ikeda: Quando recitamos o gongyo e o daimoku com uma voz ressonante, automaticamente realizamos a respiração abdominal. Ouvi dizer que esse tipo de respiração beneficia nossa saúde. Isso é verdade?
Dra. Chiaki: A inspiração e a expiração lenta, gradativa e pausadamente, características da respiração diafragmática, estimulam o sistema nervoso parassimpático e produzem um efeito relaxante e calmante.
Dr. Yoichi Uehigashi: Exercem também outras influências no organismo: melhoram a circulação sanguínea, elevam a temperatura das extremidades e estimulam o sistema imunológico. Tudo isso contribui para a prevenção da gripe e outros males.
Presidente Ikeda: Isso quer dizer que a respiração lenta realizada durante a recitação do daimoku tem um efeito benéfico para nossa saúde. Vejo que há um embasamento lógico que faz do daimoku uma prática eficaz.
Dra. Chiaki: Sim. Acredito que o ritmo ideal seja recitar aproximadamente um daimoku por segundo (ou sessenta por minuto), que coincide com as batidas do coração quando estamos relaxados.
Presidente Ikeda: Quando jovem, li Vidas Paralelas, de Plutarco. Esse notável pensador da Grécia antiga dizia que a emissão da voz era um exercício respiratório para manter a saúde e desenvolver a força. Ele não se referia apenas à força física, mas também à energia vital.
Dr. Narumi: Isso significa, portanto, que a recitação do daimoku aumenta nossa energia vital. É um daimoku vigoroso que expele todos os venenos.
Presidente Ikeda: Nichiren Daishonin declara: “Ao tomarmos o remédio altamente eficaz da Lei Maravilhosa [Lei Mística], erradicaremos de nossa vida os sofrimentos infligidos pelos desejos mundanos, pelos três venenos avareza, ira e estupidez”. Quando recitamos daimoku, “injetamos” em nosso corpo o melhor remédio que existe: o remédio da Lei Mística. Por essa razão, devemos recitar daimoku vigoroso e forte, capaz de expelir “todos os venenos” de nosso corpo.
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