Espírito de Procura
Com este sentimento pulsando fortemente no coração, vinte e dois jovens participaram do Curso de Aprimoramento da SGI em outubro de 2016, representando todos os membros e líderes da Divisão dos Estudantes da BSGI. Nesta edição, a RDez apresenta os principais momentos deste curso para você também absorver todos os incentivos e orientações.
Aprimoramento
O curso de aprimoramento (kenshukai, em japonês) é uma tradição da Soka Gakkai desde a época dos presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda e tem como objetivo capacitar e aperfeiçoar o aprendizado.
A palavra japonesa que designa “aprimoramento”, kenshu, consiste em dois ideogramas:
Ken significa polir, afiar ou aperfeiçoar, e implica chegar ao mais elevado grau de precisão e também enxergar as coisas com uma percepção bem aguçada, ou remover as impurezas e conseguir ver a verdadeira essência das coisas.
Shu quer dizer conquistar, renovar, aprender e purificar. Esse termo implica ainda livrar‑se de um objeto de imperfeições e melhorar quaisquer deficiências.
8 dias juntos com o Mestre
Entre os dias 6 e 13 de outubro, o grupo realizou diálogos, intercâmbios e visitações
Dia 6:
Chegada a Tóquio, Japão
Dia 7:
Soka Bunka Center
Gongyo no Auditório
do Grande Juramento pelo Kosen-rufu
Jantar comemorativo
Dia 8:
Partida para Shikoku
Reunião de intercâmbio no Centro Cultural de Ohkawa
Dia 9:
Intercâmbio com o Coral Fuji Kibo da DE-Futuro
Intercâmbio com o Coral Fuji da DE-Esperança
Intercâmbio com a DE‑Herdeiro
Dia 10:
Centro de Treinamento de Shikoku
20a Reunião Nacional de Líderes da Nova Era do Kosen‑rufu Mundial
Retorno a Tóquio
Dia 11:
Diálogo com Sr. Hasegawa, diretor-geral da Soka Gakkai
Universidade Soka e Memorial Makiguchi
Centro Musical Soka dos Jovens
Dia 12:
Diálogos com os líderes da DJ da Soka Gakkai
Diálogo com os líderes centrais da DE da Soka Gakkai
Centro Internacional das Mulheres Soka
Dia 13:
Centro Cultural Min-On
Sede da DFJ
Volta ao Brasil
A história de Shikoku
Onde fica?
Shikoku, cujo nome significa "quatro nações", é a menor e menos populosa das quatro ilhas principais do arquipélago japonês. Localizada ao sul da ilha principal, é formada por quatro províncias: Kagawa, Tokushima, Ehime e Kochi.
1979 e 1980
Após dezenove anos na liderança direta da Soka Gakkai, o presidente Ikeda foi obrigado a renunciar à sua função em 24 de abril de 1979 devido a pressões do clero e outros fatores. Foi um dos períodos mais difíceis vividos por Ikeda sensei e um dos mais tristes para os membros da organização, pois todos foram proibidos de chamá-lo de "sensei", assim como o jornal Seikyo Shimbun foi proibido de publicar orientações e notícias dele.
Em meio a essa circunstância, em 14 de janeiro de 1980, um grupo de membros embarcou no navio Sunflower 7 e partiu rumo a Kanagawa, onde se encontrava o presidente Ikeda, para reafirmar sua gratidão e manifestar seu espírito de procura pelo mestre.
Sunflower 7 e os 3 mil companheiros
"O mês de janeiro de 1980 marcou meu primeiro ano-novo após ter deixado a presidência. No dia 13 de janeiro, eu estava trabalhando no Centro Cultural de Kanagawa quando, pouco depois das 13 horas, chegou de navio o primeiro relatório dos amigos de Shikoku. O relatório dizia que mil membros das províncias de Kagawa, Kochi, Ehime e Tokushima, pertencentes à região de Shikoku, haviam partido do porto de Takamatsu e estavam a caminho do porto de Yokohama, que fica em frente ao Centro Cultural de Kanagawa. Eles estavam viajando a bordo do reluzente navio branco de passageiros, o Sunflower 7.
Minha esposa e eu oramos sinceramente para que os membros de Shikoku realizassem uma viagem segura e para que ninguém sofresse com enjoo. Naquele dia estava frio e nevava em Yokohama. Um sistema de baixa pressão havia se formado na costa leste do Japão, e esperava-se um mar revolto. A sede da Soka Gakkai já tinha enviado uma mensagem aos viajantes sugerindo que cancelassem a viagem, mas esta só chegou quando o apito anunciou a partida. Assim, os membros iniciaram a navegação decidindo confiar na perícia do capitão.
(...)
Nunca me esquecerei do rosto dos muitos membros sinceros de Kanagawa que, com o mesmo espírito, reuniram‑se no cais vindos de toda a província para receber os companheiros que chegavam de Shikoku. Às 13h30, foi realizada uma reunião de intercâmbio entre os líderes de Shikoku e de Kanagawa no Centro Cultural de Kanagawa. Às 19 horas daquele dia, os amigos de Shikoku voltaram novamente para casa de navio. Minha esposa e eu os vimos partir, acenando com lanternas da janela do Centro Cultural de Kanagawa até que a embarcação estivesse fora do alcance da vista.
(...)
Posteriormente, em maio daquele mesmo ano, duas outras grandes delegações formadas cada uma por mil membros de Shikoku — uma da província de Tokushima e a outra da província de Ehime — foram para Kanagawa de navio. Também recebi calorosamente aqueles membros, e nunca me esquecerei dos nossos encontros. Depois, dei a esses três grupos de enviados de Shikoku o nome de 'Três Mil do Pacífico'. Quando a Soka Gakkai enfrentava seu mais sério desafio, esses sinceros membros de Shikoku criaram uma gloriosa e profunda página da história comigo."2
Intercâmbios e orientações
No futuro, os Estudantes estarão na liderança da Soka Gakkai e da sociedade. Por isso, Ikeda sensei deposita total confiança em cada um. Quais pontos principais podemos cultivar neles para que se tornem grandiosos seres humanos e líderes? O que, de fato e de concreto, devemos desenvolver até 2030?
Em recente orientação, Ikeda sensei afirma: “A ‘nova era do kosen-rufu mundial’ é, sem dúvida, a ‘nova era da Divisão dos Estudantes’. Criar uma nova Divisão dos Estudantes significa edificar uma nova Soka Gakkai para o futuro” (BS, ed. 2.288, 22 ago. 2015, p. B2). Nos ensaios publicados no Mirai Journal (jornal da DE-Esperança e DE-Herdeiros do Japão), Ikeda sensei também retrata suas viagens pelo mundo, visitando um total de 54 países.
Precisamos desenvolver sucessores que tenham a "unicidade de mestre e discípulo (shitei funi) em seu coração e que estudem outros idiomas para que eles vivam de acordo com os incentivos e os direcionamentos do presidente Ikeda. Por isso, nosso papel como líderes da DE é de criar o melhor ambiente nas atividades mensais e sempre transmitir essa expectativa do Mestre para os Estudantes, seja nas visitas e nos diálogos. Com certeza a vitória do futuro será determinada pela forma como nossos jovens estão se desenvolvendo hoje. O mundo é o palco dos Estudantes.
Como devemos incentivar as próximas gerações de Estudantes, que não terão mais essas oportunidades, a crescer com o mesmo espírito de shitei funi com sensei?
Há outra orientação de Ikeda sensei na qual ele afirma que a decisão de um discípulo é o que realmente importa. O discípulo não fica à espera de um incentivo ou de uma resposta do mestre. O verdadeiro espírito de mestre e discípulo se encontra no momento em que o discípulo se levanta com a mesma e forte decisão do mestre. Por isso, a "unicidade de mestre e discípulo" não se limita ao encontro físico entre os dois, mas no juramento de empreender esforços para promover a luta com todo o ímpeto, fazendo o que o mestre faria se estivesse naquele momento.
No diálogo entre o presidente Ikeda e Larry Hickman, ex-presidente da Sociedade John Dewey, há uma orientação que eu gravei em minha vida a qual diz que, para realizar a transmissão do espírito de mestre e discípulo, é preciso existir o laço humano entre o discípulo e o mestre. Ou seja, não é se encontrando pessoalmente com o mestre que se cria esse laço; isso será possível, por exemplo, por meio dos livros, do diálogo de coração com o mestre.
O segundo ponto a que ele se refere é ter esse espírito de procura para se aprimorar no estudo do budismo. É fundamental ler o máximo possível das orientações, e com base nelas e na prática da fé ter a capacidade de romper barreiras. Acredito que com esses esforços e essas ações é que se pode criar esse "laço" e transmitir o espírito de mestre e discípulo.
No Brasil, sentimos que a nova geração de Estudantes tem muitas características diferentes de épocas anteriores — cada vez mais eles estão antenados, conectados com o mundo. No Japão, como é a relação entre as gerações e como os líderes acompanham as mudanças da época sem perder a essência do shitei funi?
A situação no Japão é idêntica. Outra característica do japonês é a timidez. Os japoneses sempre procuram se adaptar ao que as pessoas acham, ao que gostam, para ser igual a elas.
Há casos de Estudantes do Japão em que o pai ou a mãe não é praticante ou situações familiares em que eles não conseguem aprofundar sua prática. Considerando todas essas circunstâncias, três pontos são importantes: 1) entender o propósito da prática da fé; 2) aprofundar os laços de amizade com os outros companheiros e; 3) ter um sonho e se esforçar para concretizá-lo.
A cada ano a DE-Herdeiro realiza um curso de aprimoramento com a participação de mil representantes onde estudam o Gosho, ouvem palestras sobre diversas áreas da sociedade e realizam diálogos em grupos. Dentre as suas impressões, os participantes disseram que o que mais os impressionou foram a maneira como o Ikeda sensei interagiu com eles a todo instante, enviando considerações, e a explanação do Gosho que ficou gravada em seu coração. Ouvimos dizer que o Brasil também realiza uma atividade similar denominada “Academia dos Sucessores Ikeda 2030”.
Assim, sentimos a importância de criarmos essas lembranças douradas justamente com Estudantes da mesma idade e com Ikeda sensei. Nós também sentimos que eles próprios estão manifestando esse grande espírito de procura para ter essa prática da fé na vida.
O que procuro transmitir ao me encontrar com os nossos sucessores é que “haja o que houver, o sensei é a pessoa que mais preza cada Estudante, que ora e deseja a felicidade de cada um”. Procuro sempre ter esse espírito comigo e me esforço para passar ao máximo para eles.
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