segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Arco-íris da Esperança




soka gakkai




Arco-íris da Esperança
Texto extraído e adaptado da série de incentivos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, à Divisão dos Estudantes publicado no jornal Kibou1 em agosto de 2015


Amo o mês de maio porque é um período em que tudo se completa com a energia da vida — o céu azul, a terra, as plantas, as árvores e o coração de meninas e meninos como vocês.
Durante este mês recheado de esperança, celebramos várias datas especiais. Uma delas é 3 de Maio, Dia da Soka Gakkai, que pode ser chamado de ano-novo da nossa organização. Nessa data, em 1951, meu mestre, Josei Toda, foi nomeado segundo presidente da Soka Gakkai. Mais tarde, em 3 de maio de 1960, eu o sucedi e me tornei o terceiro presidente da organização.
Todos os anos, membros da SGI, incluindo mães e pais de vários de vocês, visando este dia trabalham pela paz mundial e pela felicidade das pessoas fazendo dele o ponto primordial de sua fé.
O 3 de Maio também é Dia das Mães da Soka Gakkai, um tributo às integrantes da Divisão Feminina, que lutam incansavelmente pelo kosen-rufu e por sua família.
No dia 5 de maio comemoramos o Dia dos Sucessores da Soka Gakkai — nossa vida reluzente de esperança luta para alcançar uma brilhante vitória. Oramos pela boa saúde e pelos objetivos de cada membro da Divisão dos Estudantes e por sua determinação de crescerem juntos como companheiros da família Soka. Nada me faz mais feliz do que celebrar este dia novamente neste ano [2015] com todos vocês, meus jovens sucessores.
Espero que cada um esteja bem, se matriculando na escola ou começando um novo ano letivo. Talvez alguns estejam se sentindo um pouco desapontados porque a vida escolar não é o que esperavam. Mas não se preocupem, tudo tem seu tempo.
Começar o dia dizendo “bom-dia!” em voz alta e animada e recitar Nam‑myoho‑renge-kyo vibrantemente, mesmo que seja só três vezes, irá energizá-lo e reavivar o ânimo.
O grande bacteriologista japonês Hideyo Noguchi (1876–1928) conquistou sua força e suas habilidades por se dedicar diligentemente [ao trabalho] dia após dia. Sua pesquisa no ramo da medicina foi útil para as pessoas e ele passou a ser respeitado no mundo todo.
Noguchi nasceu na província de Fukushima, região de Tohoku, Japão. Em março de 2011, Fukushima e outras partes de Tohoku foram atingidas por um devastador terremoto seguido de tsunami.
Nossos membros da Divisão dos Estudantes de Tohoku continuam a crescer notavelmente, mostrando grande espírito de luta ao se deparar com inimagináveis obstáculos e dificuldades.
Mantendo nossos amigos de Tohoku em nosso coração, vamos aprender sobre Noguchi e seu espírito de luta invencível.
Logo que nasceu, em 9 de novembro de 1876, ao pé do monte Bandai, recebeu o nome de Seisaku. Sua família era pobre; o telhado da casa em que moravam era torto e as paredes estavam desmoronando. Sua mãe trabalhava na plantação de arroz para ajudar a cuidar dos três filhos.
Em um dia de primavera, quando Seisaku tinha apenas 17 meses de vida, sua mãe saiu da casa para preparar o jantar e, nos poucos momentos em que ela esteve fora, ele colocou sua pequena mão numa espécie de lareira que havia no centro do cômodo. Ao ouvir o choro estridente do filho, ela correu de volta para a casa e descobriu que ele sofrera grave queimadura na mão esquerda. Mas como não tinha dinheiro para levá-lo ao médico, pegou remédios com um vizinho e enfaixou a mão do filho com um pedaço de pano.
Com o tempo, a queimadura se curou, entretanto todos os dedos de sua mão esquerda se fundiram, tomando a forma de um punho.
Quando Seisaku começou a estudar, os colegas de classe caçoavam de sua mão. Isso o aborreceu tanto que ele parou de frequentar a escola.
Ele saía de casa de manhã, fingindo ir para a aula, mas em vez disso ia para as montanhas, local onde passava seu dia. Então, retornava para casa no mesmo horário que costumava voltar.
Um dia, porém, sua mãe descobriu. Ela disse, com lágrimas nos olhos: “O único jeito de você se tornar um grande homem é se baseando nos estudos. É essa esperança que me faz levantar todos os dias”.
Seisaku se arrependeu do que fez e, daquele dia em diante, nunca mais faltou às aulas. Ele determinou estudar mais e se dedicou a cada matéria. Estava totalmente transformado, dedicando-se de corpo e alma aos estudos.
Com o tempo, ele se tornou o melhor aluno da sala e começou a dar aulas aos estudantes mais jovens para ajudar seus professores.
Uma pessoa que se interessou pelas habilidades acadêmicas de Seisaku apoiou sua entrada no ensino médio, algo muito raro naquela época. Para estudar, ele andava em média doze quilômetros ida e volta todo dia, no calor do verão e nos invernos cheios de neve. No entanto, Seisaku se esforçava mais do que qualquer um.
Quando estava com 15 anos, seus professores e colegas de classe se organizaram para ajudar a pagar a operação de Seisaku com um famoso cirurgião.
A operação foi um sucesso. Quando conseguiu mover a mão, algo que ele tinha lutado para conseguir durante tantos anos de sua vida, Seisaku se impressionou profundamente pelos milagres da medicina, e decidiu ser médico para ajudar outras pessoas que estavam sofrendo.
O espírito de Seisaku em aprender e se desafiar expandiu amplamente seus horizontes. Isso iluminou seu caminho e ele ganhou muitos amigos e aliados.
Tsunesaburo Makiguchi, primeiro presidente da Soka Gakkai e fundador do método de ensino Soka, afirmou que “aprendizado é luz”. Nada é desperdiçado em nossos esforços para aprender — eles certamente se tornarão uma luminosa fonte de esperança e vitória.
Seisaku estudava medicina enquanto trabalhava em um hospital. Além de estudar para as provas para exercer medicina, também estudava outra matéria bastante difícil — idiomas estrangeiros.
Ele estudou não só inglês mas, com um dicionário à mão, leu livros de medicina em alemão e buscou palestrantes franceses para ajudá-lo nas conversações para que pudesse dominar o idioma francês. Depois, também aprendeu chinês e espanhol.
Após passar nos exames de admissão para a prática da medicina, Seisaku mudou seu primeiro nome para Hideyo, pois havia lido um livro sobre um médico que tinha o mesmo nome que ele. E também conseguiu uma vaga em uma das principais unidades de pesquisas médicas do Japão, onde pôde pôr suas habilidades em idiomas em prática.
Quando o médico e cientista americano Simon Flexner (1863–1946) visitou o Japão, Hideyo serviu como seu intérprete. Esse encontro o levou a viajar para os Estados Unidos para estudar e trabalhar em uma universidade nesse país. Ele estava disposto a entrar em qualquer projeto e se dedicou a realizar pesquisas que ninguém mais queria fazer, conquistando resultados positivos.
O Dr. Flexner foi um mestre de vida de Hideyo, incentivando-o e o apoiando onde quer que fosse.
Hideyo seguiu com seu trabalho pelo mundo, conduziu pesquisas sobre bactérias, causas de várias doenças, em países como Equador, México, Peru e Brasil na América Latina, além de Gana, na África. Não importava quantas vezes falhava em suas pesquisas, ele se recusava a desistir, e persistentemente buscou as causas das chamadas doenças incuráveis. Seus experimentos de tratamento da febre amarela salvaram muitas vidas, e pessoas ao redor do mundo ainda são muito gratas por suas notáveis conquistas.
O lema de Hideyo Noguchi era “persistência e esforço”. Ele também dizia que a sinceridade é a chave para a vitória.
Mesmo que suas pesquisas tivessem marcado a história, Hideyo reconhecia que tinha várias falhas.
Por exemplo, seu trabalho era mais importante do que qualquer outra coisa para ele, e quando se dedicava a isso, não conseguia fazer nada além. Ele também era muito competitivo. Mesmo quando estava jogando xadrez japonês se recusava a parar até que ganhasse.
Mas por meio de sua sincera dedicação, suas falhas se tornaram suas forças. Ele sempre se manteve grato por sua mãe e seu mestre e por todos que o ajudaram, e se importava mais com curar pessoas do que com o dinheiro. Quando começava um projeto, ele o seguia até o fim.
Da mesma forma, espero que se esforcem para estudar qualquer matéria. Por favor, desafiem os próprios limites. O primeiro passo é tentar. Se falhar, então tentem de novo. É legal fazer algo diferente enquanto isso. Continuem em frente e deem o seu melhor.
Nichiren Daishonin escreveu: “O rei leão não teme nenhum outro animal, nem tampouco seus filhotes temem” (END, v. I, p. 303-304).
Os filhotes de leão estudam sem medo, e desafiam a si próprios com todas as suas forças. Eles nunca são derrotados, e sempre vencem no final.
Neste mês de maio, espero que vocês comecem algo novo com um espírito corajoso!




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