terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Ode à Divisão Sênior — campeã do triunfo humano

Ode à Divisão Sênior — campeã do triunfo humano



Ainda hoje me recordo vividamente do meu pai e de quanto eu o respeitava quando garoto.
Nós morávamos perto da resdiência do meu tio, irmão mais novo do meu pai. Havia diante das casas uma cerejeira e uma horta e, mais à frente, um grande e profundo lago cheio de carpas e outros peixes. À noite, os pássaros se reuniam ali. Era uma bela vista.
Certo dia, ainda bem pequeno, estava correndo por ali tentando pegar libélulas e acabei caindo no lago. Recordo-me de que nossa casa ficava a mais ou menos 70 ou 80 metros de distância. Um de meus colegas foi em busca de ajuda.
Meu pai correu para o lago, com o rosto pálido. Ao ver que eu me debatia na água, agarrou-me com seus braços fortes e me resgatou. Ele era muito forte, foi como se eu tivesse sido levantado por um enorme guindaste; eu me agarrei a ele desesperadamente. O calor do seu corpo, aquela sensação, aquela força, toda a cena — já se passaram quase setenta anos, mas nunca me esquecerei disso.
Lembro-me de outra ocasião, creio que foi no outono quando estava no quinto ano, em que um tufão atingiu nossa casa no meio da noite. Fortes ventos arrancaram telhas e chapas de ferro do telhado e quebraram várias janelas, lançando estilhaços de vidro nos quartos. Rajadas de vento passavam pelas aberturas e carregavam os mosquiteiros presos sobre nossa cama. Na casa escura como breu, meus irmãos e eu estávamos apavorados, e os três irmãos mais velhos já haviam sido convocados para a guerra.
Naquele momento, meu pai bradou: “Não se preocupem! Não há nenhuma necessidade de ficarem com medo! Papai está aqui, portanto, não se preocupem. Vão dormir”.
Fiquei muito impressionado com a voz confiante do meu pai, com sua destemida atitude naquele momento de crise. Ainda hoje posso ouvir suas palavras.
Não existe uma fórmula para classificar os pais. Não importando qual seja a posição social, pai é pai. A própria paternidade é sinal de grandiosidade.
É errado causar dor e sofrimento aos outros. E é bom e correto deixar as pessoas tranquilas e conduzi-las à paz e à felicidade. É assim que as pessoas grandiosas vivem.
Meus amigos, não desistam para acabar se precipitando no caminho do desespero! Não vivam de forma tola e miserável. Vençam a si próprios!
Como pai, tenham a determinação de cumprir o dever de pai e de abraçar e proteger calorosamente a todos!
Como pai, vocês têm a importante missão de proporcionar felicidade e segurança para a família e, com seu exemplo, ensinar o profundo caminho da vida. Isso também irá se tornar seu próprio tesouro.
Se estão doentes, ainda assim podem trazer risos e alegrias aos seus entes queridos. Se são pobres e carentes de bens, sejam alegres e otimistas e façam seus familiares rirem muito como se vocês fossem famosos comediantes.
Digam alegremente: “Nós não temos riqueza pois demos tudo para o kosen-rufu”.
Vocês podem não ter riquezas materiais, mas possuem um tesouro imperecível na forma de riquezas espirituais.
Um sábio homem declarou certa vez: “Quando não há fortuna pela qual lutar, não há disputas entre irmãos. Isso é compaixão”. Uma mãe disse aos seus filhos: “Não tenho nada para deixar a vocês. Isso também é compaixão”.
Desde a antiguidade, homens e mulheres notáveis em geral vêm de família pobre.
Uma criança esperta fez a seguinte observação: “No Dia das Mães, todo mundo fica feliz em dar para elas um presente com todo o carinho, mas no Dia dos Pais, mal dão atenção a eles. As pessoas até mesmo chegam a discutir a questão de ter ou não ter o Dia dos Pais...”.
Há todos os tipos de pais. Alguns dormem até tarde e outros se levantam cedo; uns falam demais e são nervosos, ao passo que outros são amáveis e gentis; alguns pais falham no gongyo, e outros são muito atuantes em apresentar o budismo para as pessoas. Mas eles têm uma coisa em comum: todos são pais.
Em homenagem ao Dia dos Pais [20 de junho no Japão], desejo expressar minha mais sincera gratidão a todos os pais do kosen-rufu que estão se empenhando comigo.
Uma filha disse: “Papai! Você vai prejudicar sua visão assistindo demais a tevê. Por favor, cuide melhor da sua vista”. Se a esposa tivesse dito a mesma coisa, ele teria respondido para ela cuidar da vida dela. Mas quando a filha fala, ele ouve.
Um dia, sua esposa lhe dá uma bela bronca. Como ele parece triste! Quem acreditaria que ele é o presidente de uma grande empresa ou o principal líder de uma grande organização ou um professor universitário, ou um famoso político ou um ótimo diplomata?
Sua filha é a especialista em tudo na família e ele, seu pai, nada mais é que seu assistente, totalmente dependente dela.
A posição que um homem tem na sociedade não quer dizer nada dentro do lar.
A verdadeira felicidade encontra-se nos laços de coração.
Os pais do kosen-rufu tornaram-se leões; eles são reis leões. Seus olhos brilham com invencível coragem e justiça.
Como defensores da humanidade, elevam bem alto a preciosa espada da verdade, comprometendo-se com coragem e vencendo todos os tipos de injustiça e maldade.
A ferocidade com que desafiam todos que corrompem a verdade e a justiça é o epítome de um rei leão.
E eles se tornaram pais de dedicada fé, prontos a enfrentar milhares de oponentes na batalha pela verdade.
Nossos pais são fortes! Nossos pais venceram!

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