domingo, 13 de agosto de 2017

Fé de água corrente


soka gakkai


Fé de água corrente

1a parte

O princípio “Fé de água corrente” é citado no escrito do Buda Nitiren Daishonin intitulado “Resposta ao Lorde Ueno”: “Atualmente, existem pessoas que têm fé no Sutra de Lótus. Entretanto, alguns creem como chamas ardentes, enquanto outros como água corrente. Quando os primeiros ouvem sobre o Budismo, entusiasmam-se como o fogo, mas quando permanecem afastados são dominados pela mente disposta a abandonar a fé. ‘Como água corrente’ significa crer continuamente sem nunca retroceder. Como o senhor frequentemente tem me visitado independentemente das circunstâncias, a sua fé é comparável à ‘água corrente’. Quão digno de respeito”. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 419).
Esta carta foi endereçada a Nanjo Tokimitsu, o Lorde do Distrito de Ueno, exemplo de pessoa com um genuíno espírito de doação. Ele levou avante a pura fé desde a sua infância em face de todas as dificuldades e manteve aceso o espírito de proteger o Budismo Nitiren. Durante a Perseguição de Atsuhara, Nanjo Tokimitsu desempenhou um papel crucial em proteger os crentes sofredores. Seu próprio lar foi o seu único refúgio. Como lorde, exercia alguma influência e usou-a para proteger os seguidores do Buda Nitiren Daishonin. Como suas ações não eram aceitas pelo governo de Kamakura, teve cobradas taxas altíssimas em seu feudo. Finalmente, não pôde nem permitir-se manter um cavalo — um sofrimento para um jovem samurai — ou comprar roupas para a esposa e filhos. 
Além disso, Nanjo Tokimitsu, como todas as pessoas do Japão, passava por grandes necessidades diárias, pois o país havia sido devastado pela fome. A despeito de suas próprias dificuldades financeiras, contudo, continuou a enviar provisões ao Buda Nitiren Daishonin em Minobu.
Nesta carta, Nitiren expressa gratidão e elogia Nanjo Tokimitsu pela sua profunda sinceridade. 
Por mais que tenhamos sofrimento na época atual, ele não se compara aos vividos naqueles tempos, mas a prática da fé não muda, seja a época que for.
O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, explica que um dos pontos básicos para se conquistar a felicidade é manter a prática da fé como uma correnteza de água pura, acreditando no Gohonzon sem abrigar dúvidas, e que isso se inicia lutando contra as próprias fraquezas que envolvem o sentimento de cada um. A veracidade do Budismo Nitiren está de acordo com as três provas: documental, teórica e real. Entretanto, as pessoas tendem a criar dúvidas no coração quando enfrentam dificuldades no trabalho e logo pensam que o Gohonzon não tem força. Ou quando o filho se machuca, pensam que o Gohonzon deveria protegê-lo. Por outro lado, quando a Soka Gakkai é criticada pela imprensa, passam a desconfiar das orientações que são dadas, perdem a convicção no Gohonzon e deixam de fazer o Gongyo e o Daimoku. Essas pessoas geralmente culpam o Gohonzon, estão sempre com dúvidas em relação à prática da fé e à Organização, e por isso, acabam apagando a boa sorte e deixam de receber benefícios.

Fé de água corrente

2a e última parte

Fé também significa “polir a vida”. Ao recitarmos o Gongyo e o Daimoku, purificamos nosso coração substituindo a avareza pelo espírito de doação em todos os aspectos, seja na família, no trabalho, na escola, na vizinhança e, principalmente, no mundo da SGI. É substituir a ira pelo amor; não o amor entre pais e filhos ou entre homens e mulheres, mas o amor pelo ser humano. É substituir a estupidez pelo conhecimento, não só o adquirido nas escolas e universidades, mas, sobretudo, nos escritos de Nitiren Daishonin e nos discursos do presidente da SGI, Daisaku Ikeda.
A fé de água corrente nos permite ter uma existência feliz e realizada, conforme explica o presidente Ikeda: “No Budismo Nitiren, acredita-se não apenas em felicidade, mas que esta seja absoluta, isto é, deve se criar a condição para sentir alegria em qualquer circunstância da vida. Jossei Toda, o segundo presidente da Soka Gakkai, dizia: ‘Quando alcançam a felicidade absoluta, não têm mais nenhum problema com dinheiro e desfrutam boa saúde. Seu lar fica em harmonia, seus negócios vão bem, seu coração enche-se de um sentimento de plenitude e tudo que veem e ouvem faz com que pensem consigo ‘que maravilhoso’. Quando conseguem ver o mundo dessa forma, este mundo, o mundo saha dominado pela discórdia, torna-se a terra do buda. Isto é atingir o estado de Buda”. (Terceira Civilização, edição no 485, janeiro de 2009, pág. 34).
Para ter uma fé de água corrente devemos crer que encontramos o verdadeiro caminho que o ser humano deve trilhar como fez o primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti, quando encontrou o Budismo Nitiren. Ele disse: “Com alegria indescritível, mudei meu modo de vida de quase sessenta anos. Desvaneceu-se por completo a angústia de buscar cegamente respostas para as perguntas sobre a vida. Também desapareceram minhas incertezas e vacilações inatas. Minhas metas tornaram-se muito maiores e mais nobres, e quanto aos meus temores, diminuíram”. (Envelhecendo na Sociedade Contemporânea, pág. 28.)
Para não nos permitir ter uma “fé de fogo”, o espírito de procura é de fundamental importância. Visando 2030, ano do centenário da Soka Gakkai, o estudo dos escritos de Nitiren Daishonin deve ser valorizado nas comunidades e blocos para que todos possam cultivar uma fé de água corrente.
Para o desenvolvimento dos blocos, é preciso estudar o budismo junto aos novos integrantes, pois entender a profunda filosofia do Budismo Nitiren e aplicá-la na vida diária fortalecerá cada vez mais a organização de base, não permitindo a estagnação e a derrota, pois os benefícios advindos dessa nova postura diante da vida serão infinitos. A Soka Gakkai, os líderes e as atividades promovidas pela Organização existem para ajudar todos os seus integrantes a conquistarem benefícios e mais benefícios. Isso é um ponto fundamental e que jamais deverá ser esquecido.

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